26/10/2005 - 09h36

Boi foge, corre na marginal e invade açougue

do Agora

Às 18h de ontem, Vandelã Garcia se preparava para fechar seu açougue, na avenida Padre José Maria, a poucos metros do largo 13 de Maio, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo), quando um boi invadiu a casa de carnes.

Correndo, derrubou prateleiras, assustou clientes e funcionários e foi em direção a Orlando, funcionário do açougue que estava salgando carne seca nos fundos.

Ele não teve dúvidas: saiu correndo e se trancou num banheiro, onde permaneceu até as 21h45.

Só saiu do esconderijo quando finalmente o animal foi recolhido por funcionários do Centro de Controle de Zoonoses da prefeitura da capital.

O boi, que tinha uma etiqueta com o número 68, foi um dos nove que escaparam de um caminhão, em Santo Amaro, próximo à marginal Pinheiros.

Até a noite de ontem, apenas três fujões tinham sido recapturados, segundo informações da Polícia Militar.

Os bichos invadiram a marginal e se dispersaram, seguindo pelas avenidas Guido Caloi, João Dias, Vitor Manzini e Washington Luís, todas muito movimentadas no horário do estouro da boiada.

O dono dos animais, que mora em Osasco, foi avisado e estava tentando recolhê-los, segundo a Polícia Militar.

O dono do açougue contou que o animal invasor estava com outros dois bois, que deixaram o companheiro de corrida para trás e seguiram pela avenida.

Trote

Na avenida Washington Luís, altura do número 1.600, Alex Lopes, 27, que trabalha como segurança em uma videolocadora, se espantou ao ver três bois caminhando tranqüilamente por entre os carros, às 17h50.

"Liguei para os bombeiros. No começo eles acharam que era trote", contou o segurança.

Um dos animais que havia se distanciado do grupo e corria pela avenida Manoel dos Reis Araújo tentou ingressar novamente na Washington Luís e foi atropelado por um Fiat Palio, que ficou bastante amassado.

O dono do veículo não se machucou, mas o boi sofreu ferimentos na cabeça.

Peão

Mesmo ferido, o animal continuou andando, e foi capturado por voluntários-peões, sem berrantes ou cavalos.

Um deles, Marciel Brandão da Silva, 35, trabalhou dos 9 aos 18 anos comandando boiadas em Alagoas e matou a saudade que tinha do trabalho. "Mexia o dia todo com esses bichos."

Especial

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